domingo, 5 de janeiro de 2014

R.I.P. King

Obrigado por tudo!

1 comentário:

  1. Desculpem, mas acho que não levam a mal por partilhar o texto que escrevi no meu blog sobre o Rei e aquilo que me tem dado a volta aos estômago nos últimos dias; e que não tenho visto ser muito relevado:

    "O povo é generoso e, como tal, deu-lhes um dia. E eles, cientes da oportunidade, nas escassas horas que esse dia durou, vieram para as ruas. Misturaram-se com o povo. E por uma vez sem excepção sentiram como nós sentimos; viram como nós vemos. Os rostos iluminaram-se, e os seus olhos brilharam como jamais tinha acontecido – ou como jamais acontecerá. Sentiram o amor e a alegria que está na base da nossa fundação. Trocaram o cinzento frio e vazio dos seus corações, pelo encarnado vivo que nos alimenta a alma e nos comanda a vida.

    De cachecóis em punho, de todas as cores, misturaram-se com o povo. E subiram até ele, por uma única vez, agradecendo ao Rei que, por escassas horas, com eles partilhámos. Mas aquelas horas passaram e o dia terminou. Já noite escura, no regresso a casa, de corpo e olhos molhados, com as mentes confusas, compreenderam – tiveram de compreender – aquilo que nós sabemos há muito. À porta das suas casas, ficara um sentimento desconhecido e único, retido por duas realidades: a nossa e a deles. Todos vimos, nesse dia, mais claro que nunca.

    O dia seguinte não tardou: os cachecóis retirados; o valor de CR7; a transladação para o Panteão; o clássico de domingo. Tudo lhes importa. É desta a forma – tentem percebe-los –, recorrendo aos seus ódios viscerais, o esverdeado e o azulado, que eles tentam apagar aquele dia, para sempre gravado nas suas memórias. Um dia inolvidável, como só o povo pode protagonizar. E é por isso, por saberem que aquele dia não lhes pertence, por saberem que o que sentiram e viram naquelas escassas horas lhes estará vedado para sempre, que eles não nos perdoam.

    Eles agora sabem, tal como nós sempre soubemos, que o amor é mais grande – e que o ódio, por muito que tentem (com receitas mais ou menos disparatadas), nunca o poderá vencer. Eles agora sabem que “Eusébio”, a nossa mais dourada palavra, é incomensuravelmente maior que qualquer realidade enciclopédica da deles. Eles agora sabem que o Benfica é nosso, do povo; que é de Portugal e do Mundo inteiro. Eles agora sabem que, mais cedo ou mais tarde, a nossa realidade terá de engolir a deles.

    Como um peixe que moribundo fora de água esbraceja em desespero, desencadearam uma dança de gestos e palavras sem sentido: nas redes sociais, em blogs, nas caixas de comentários de todos os jornais e revistas. Mas isso nada importa, simplesmente, porque nada muda. Nem a nossa realidade e nem a deles. Escrevo este texto numa noite chuvosa – e juntando as minhas às lágrimas do céu grito alto e fundo no meu peito: Obrigado, Rei Eusébio! Cá estaremos, todos juntos, para continuarmos o nosso Benfica.

    Viva o Benfica!"

    ResponderEliminar