sexta-feira, 5 de junho de 2015

Entre Deus e o Diabo

Embora não perca muito tempo a pensar nisso, ainda estou para saber o que se terá passado entre segunda e terça-feira.

Na segunda alguém me disse que Jesus seria o treinador do Benfica. Alguém que falha, amiúde, mas que costuma saber o que se passa no universo do futebol. Depois foi a enxurrada noticiosa que terminou com uma certeza: Jesus será o novo treinador do SCP.


Esta notícia não me abala, nem me chateia. Causa-me apreensão porque conheço o Benfica e sei que a bipolaridade dos adeptos é real: se ontem tudo era bom, hoje tudo pode ser uma desgraça.

Esta bipolaridade tem consequência económicas e, sobretudo, mentais: o Benfica fica mais fraco se o manto tiver menos confiança.


É por isso que lanço, se me derem esse direito, um apelo ao Benfica (e o Benfica somos todos): a calma, a paciência e a confiança serão as grandes aliadas das próximas semanas.



O Benfica parte para a próxima época como vencedor do Campeonato, da Taça da Liga e da Supertaça, estando agrupado no primeiro pote da Liga dos Campeões. Tem um plantel com jogadores (muito) experientes - torna-se fundamental assegurar a permanência de Maxi -, que auxiliarão o treinador que vier e que, sobretudo, transmitirão a segurança que todos precisamos. O Benfica tem uma estrutura altamente profissionalizada, que domina, de olhos fechados, tudo o que é preciso para vencer.


Jorge Jesus é um magnifico treinador e sabe disso. Vai treinar um clube que não é campeão há 13 anos e será altamente pressionado. Espera vencer e tudo fará para que isso seja possível. Sei que fracassará, pois não tem estrutura mental para perceber que precisa de quem o ajude - algo a que estava vinculado no Benfica - e que não é um super-herói. Terá tentado entrar pela estrutura dentro, como me confidenciaram? Não sei, nem, verdadeiramente, estou preocupado com isso. Os elementos da estrutura do futebol profissional mantêm-se a trabalhar no Benfica e a nova época está a ser trabalhada ao milímetro.


Entretanto, a contratação do novo treinador tem uma questão que não pode ser esquecida por todos os Benfiquistas: se o Sporting esgotar os prazos do processo disciplinar a Marco Silva e este não se despedir, no entretanto, não estará disponível para treinar antes da 3.ª semana de Julho. Rui Vitória está aí à porta.


Não sei se algum dos dois será o novo treinador do Benfica (se tivesse de escolher, não tiraria Paulo Bento, Peseiro e Manuel José da equação). Mas sei que no dia em que for apresentado será o treinador que eu apoio.


O Benfica é, hoje, o mesmo clube que os rapazes da Casa Pia fundaram: universalista, popular, humilde, honrado e vencedor. É um clube com uma massa associativa enorme, dedicada, apaixonada e fiel, que é o seu principal activo. O Benfica é o Benfica e os seus sócios. O Benfica não se personaliza, não se materializa. O Benfica é alma com chama imensa. O Benfica somos nós.

Viva o Benfica!

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