sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Irresponsabilidade de uma mensagem subliminar

A capa de hoje, de um dos pasquins, revela-nos uma foto em que um dos jogadores da selecção portuguesa, suposto modelo de identificação de milhões de jovens por esse mundo fora surge, de dedo médio em riste, em resposta às provocações dos adeptos bósnios. Tal comportamento, legitimado prontamente por um dos alcoólicos que proliferam nas cúpulas do futebol nacional, parece constituir-se como uma das formas mais objectivas de presentear quaisquer ataques de que sejamos alvos. Neste mundo futebolístico, desprovido de decência, em que os valores se referem apenas ao montante por que são transaccionados os passes dos jogadores, deveria haver algum cuidado no tratamento deste tipo de acontecimentos.
Quando nós, educadores, censuramos atitudes análogas protagonizadas pelos nossos educandos estamos, pelos vistos, a ser rigorosos em excesso, até porque o figurão não foi alvo de qualquer crítica. Concorre-se então para que, à luz da moralidade infantil, se opere uma reconstrução dos conceitos de condenável e admissível, criando-se condições para que a filosofia de alguns clubes, que por aí andam, seja considerada como ajustada e perfeitamente orientada para o objectivo...

1 comentário:

  1. Concordo com o que é dito. Quanto a mim pior que o figurão a esticar o dedo foi a comunicação social a transformar aquele gesto deplorável de alguém que é ídolo de milhares de crianças em algo de maravilhoso. É o reflexo da mentalidade que está instaurada em Portugal. Muito pior que a crise económica em que vivemos é a crise de valores e de ética em que estamos mergulhados à muitos, muitos anos. É isso que está arruinar este país e que o vai continuar a arruinar.

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