quinta-feira, 3 de novembro de 2011

A mensagem e o erro, ou como a mensagem errada é depositária da génese do erro.

"Quando quiseres discutir filosofia, cria um blogue de filosofia!" Está certo, é uma boa forma de V. Exas. analisarem o título que sugeri para este texto.
Mas a filosofia, bem como a política, são disciplinas da vida e, como tal, de quando em quando temos de nos socorrer das ferramentas que nos ensinam para, daí, retirarmos conclusões sobre a vida mundana.

Jorge Jesus percebe tanto disto como eu percebo de táctica; ou seja, nada. Por isso mesmo, devia ter uma equipa de comunicação que o ajudasse a perceber que a mensagem, o conteúdo, a forma e, sobretudo, o mensageiro, são peças importantes de cada vitória, de cada conquista. Essa equipa existe e é competente - acredito. Porquê, então, o erro sucessivo?

Na conferência de imprensa de terça-feira (no seguimento da de sexta-feira), qualquer pessoa que perceba de comunicação e de ciências humanas deitava as mãos à cabeça... como é possível o treinador do Benfica dizer que o Basileia não traria novidades, considerando que aquilo é como um relógio suíço, que bate sempre certinho? Será que não se apercebeu que "se bate sempre certinho", qualquer desaire seria sempre responsabilidade de quem não projectou essa batida?

Jesus meteu-se a jeito e cá estou eu a perguntar-lhe: se o erro não é de projecto, porque estava previsto que "aquilo" ia acontecer, aquele ataque, de quem é a responsabilidade do erro de execução? É do treinador que não se soube explicar? É dos jogadores que não quiseram apreender?


É evidente que nada disto é verdade: Jesus, o soberbo, quis dizer que o Basileia estava controlado, não inovaria e que ele (sempre ele) sairia por cima. Jesus, o soberbo, sabia o que queria dizer e a mensagem que queira passar, calculando que seria impossível não ganhar aos suíços. Jesus, o soberbo, sabia que a última grande derrota do Benfica foi em Braga, na meia-final da Liga Europa, e que ao dizer que já nem se lembrava da última derrota estava a tentar apagar essa miserável exibição, na véspera do apuramento para os oitavos da Champions...

 Estamos prestes a terminar o primeiro terço e o Benfica está a fazer uma boa época, uma grande época. Muito por responsabilidade do treinador! Mas ainda não ganhámos nada e é preciso abrirmos os olhos... a soberba pode matar-nos...

2 comentários:

  1. Este comentário que fique bem claro que não se refere em particular a ninguém, julgo mesmo que só aqueles que sabem que assim são se vão rever nesta crítica.
    Analiso este momento sem pânicos, até porque sempre fui avesso ao 8, péssimismo excessivo e teoria do está tudo mal,ou de pedir cabeças a rodos porque para alguns estranhamente bom era no tempo do Vale e Azevedo!!!, nem do 80, euforia desmedida onde toda a gente é fantástica, como vejo em alguns lados e para quem Jesus era mais que um Deus e agora...enfim, coerência da parte deles.
    No entanto e analisando o momento, Meu Confesso que saí ontem preocupado do Estádio da Luz, não pelo resultado, até porque em termos meramente desportivos e tendo em conta o objectivo do apuramento, não sendo excelente não foi negativo e deixa o Benfica a depender apenas de si, mas sim pela incapacidade que em muitos momentos do jogo a equipa demonstrou, até porque ao contrário do que alguns dizem, acho este Basileia uma equipa banal e não tenho dúvidas que um outro Benfica, ganharia facilmente.
    Preocupado, porque essa incapacidade também não me parece ser de agora, desde o jogo de Aveiro que me parece ver um Benfica em quebra, oxalá esteja enganado agora que se avizinha um ciclo que poderá decidir toda uma época.

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