quinta-feira, 14 de junho de 2012

Quadro competitivo da UEFA e da FIFA

É tão evidente que Portugal, ao nível de selecções, melhorou qualitativamente nos últimos 20 anos, como é evidente que o aumento do número de selecções em fases finais do campeonato da Europa e do Mundo beneficiou as ditas selecções de segunda linha (como era o caso da nossa, que ficava sempre à porta).

Sucede, porém, que há outro factor que não pode ser esquecido: a qualidade dos nossos jogadores.

Com Figo e Ronaldo no pelotão da frente, Rui Costa atrás, seguido de Nani, Paulo Sousa, Fernando Couto e Pauleta, Portugal formou, nos últimos anos, do melhor que há na Europa, do melhor que o mundo viu.

Sucede, porém, que a actual selecção, apesar de estar bem orientada, não tem a liderança que precisava, em campo, para se impor.

E porque é que não tem?

Tem falta de quem meta Ronaldo em sentido, na hora das decisões.

Em Manchester e em Madrid, Ronaldo, que é um fenómeno, tem dois pais - Ferguson e Mourinho -, que só lhe amparam as vasas depois de lhe foderem a cabeça até à exaustão - consta, até, que Sir Ferguson continua, com a anuência de Mourinho, a telefonar-lhe regularmente. Em campo, além desses pais, Ronaldo teve, nas equipas por onde passou, tem quem tenha o poder de o criticar, exigindo-lhe que deixe o vedetismo dentro do lamborghini. 

E na selecção? Quem o mete em respeito na selecção?

Esta nossa equipa não precisa de um génio, porque já o tem (bem acompanhado pelo extraordinário Nani). Precisa, isso sim, de quem mande, de quem exerça a autoridade de capitão.

Portugal de 66 seria o mesmo se Eusébio fosse o capitão, o líder?

Portugal de 2000 seria o mesmo se não estivessem lá Rui Costa e Couto?

Portugal de 2006 seria o mesmo se Figo não tivesse aparecido, com aquele pode magnético que até eu lhe reconheço - está bem que o homem me vergou pela extraordinária simpatia que demonstrou, numa inesquecível noite de copos -?


Ronaldo aparecerá contra a Holanda, porque o seu destino é ser grande, é ser muito, muito, muito melhor que os outros - como é. Infelizmente o seu destino pregou-lhe a partida do carácter, da impossibilidade de gerir o seu ego com a estrutura ética dos líderes, como prega a muitos outros.

Mas será a partir de Domingo que Ronaldo conseguirá ser maior que todos os outros do torneio.


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