O futebol português é bipolar na relação com a velha máxima de Churchill ("daquele lado estão os nossos adversários, deste os nossos inimigos" ensinou o velho a um jovem deputado dos conservadores...): enquanto os gajos do freixo tudo fazem para contrariar o sábio inglês, nós entretemo-nos a dar-lhe razão...
Olho para o Benfica, em 2012, e procuro as razões, os motivos, a essência, da Fundação. O Benfica nasceu, como tenho insistido, de um ideal universalista, de expansão de uma ideia ética, da especial consideração pelo Homem, enquanto ser total, expressando no desporto a matriz de igualdade e liberdade, da fraternidade e lealdade na vida, na sociedade.
Cosme Damião, o nosso primeiro símbolo, perdeu umas eleições, contra todas as evidências, aceitando a democracia e reconhecendo a sua derrota. Daí nasceu um Benfica mais compacto, mais adaptado às exigências de uma sociedade que mudava de feições. Era uma sociedade negra, obscura, que perseguiria a matriz popular e desobediente do Benfica.
Provavelmente, muito provavelmente, se a lista de Bento Mântua e de Cosme ganhasse as eleições, contra Ribeiro dos Reis (curiosamente, a lista foi derrotada depois de uma tumultuosa assembleia geral...), Cosme , o idealista, sentir-se-ia perdido perante a monstruosidade que foi o estado novo e o Benfica de hoje não seria o mesmo.
Esse momento (Cosme, posteriormente, ainda viria a ser Presidente da Mesa da Assembleia Geral, que o ofendera...), esse momento em que os Benfiquistas optaram por um projecto que se afastava da ideia original, mas por necessidade circunstancial, tem muito que ver com o ano da graça de 2012.
Hoje por hoje, o Benfica também não é o clube vencedor que viria a ser depois do consulado de Ribeiro dos Reis (a década de 20 foi negra...) e vive o dia a dia com um passivo inimaginável que afasta o homem comum, o verdadeiro Benfiquista, da gestão do Clube.
O nosso Benfica passou a ser um clube que tem um Presidente que se mune, estrategicamente, de todos aqueles que o podiam derrotar em eleições e que tem uma oposição organizada por um homem chamado Veiga, que dispensa, para qualquer Benfiquista, apresentações e que nunca entraria no Benfica, não fosse ... o Presidente!
O nosso Benfica, o meu Benfica, o nosso Benfica, passou a ser um clube que tem um traidor do tamanho do mundo, que nos abandonou para se entregar a um rival e que se vendeu, depois, ao inimigo, tornando-se grande nas ondas do apito dourado, da fruta e das frutas, a botar faladura sobre o futuro do Clube e ninguém diz nada?
Não há lá nenhum assessor que o mande calar? Que lhe diga que aqui não bota feijão?
Com os nossos Fundadores... com os nossos Fundadores...
Que Benfica é este? Que Benfica é este, que não se dá ao respeito?
Resume-se a um dueto entre Vieira e Veiga, com Moniz a assistir de cátedra e todos os outros calados?
Onde andam as nossas Glórias, caralho, que têm obrigação de dizer "basta"?
Quem sou eu (nós?) para deixarmos que a História do Benfica se conspurque, nos últimos 20 a 25 anos, com gente que nunca entraria na casa de Cosme e de Ribeiro dos Reis?
Foda-se, o Benfica é a causa da minha vida e sinto-me a traí-la, permitindo que isto se passe!
Não terá chegado a hora?
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Pena é os estatutos terem mudado, porque haveria alguém com tomates, não um Bruno Carvalho, que esse nem a uns votos brancos consegue ganhar, que tomaria conta do clube! Sr. José, com respeito o trato assim, porque como não o conheço pessoalmente, assim terá que ser, mandam as boas regras de educação, não poderia o Sr. elaborar uma lista às eleições ou estatutariamente não o pode fazer?
ResponderEliminarNão tenham a mais pequena dúvida que se o pudesse fazer, este era o momento. Tenho os 25 anos (mais, até...), mas não tenho o inconstitucional período de maioridade (esperar 25 anos sobre os 18 é de loucos...). Tentei convencer alguns amigos, mas nada...
ResponderEliminarSim, Veiga dispensa apresentações, lá nisso acertastes.
ResponderEliminarO que Vieira fez pelo Benfica, jamais alcançarás. Para mim, ele devolveu não só o presente como o futuro ao Benfica.
Hoje o Benfica existe e existirá, digno e vitorioso, para as gerações vindouras.
Realmente, há obras que têm um valor incomensurável.
Não me apetece discutir com os ceguinhos do Vieira, até porque eu já fui um... Não me apetece.
ResponderEliminarChegou a hora! Mudemos enquanto é tempo e salvemos o nosso clube!
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