a ignorância e a consciência

Pior do que discutir com um ignorante, muito pior, aliás, é discutir com um ignorante consciente (diria, para os mais perspicazes, os "dolosamente ignorantes").

Por isso e muito mais, não vou discutir porque é que o Benfica tinha obrigação de impugnar uma medida violentamente ilegal. Apraz-me, saliento de novo, que o tenha feito, como pedi desde o primeiro momento, quer aqui, quer pessoalmente.

O Sindicato dos Jogadores, que devia ter actuado com celeridade e interposto, no dia seguinte, uma providência cautelar não especificada no Tribunal de Trabalho, é que devia ser chamado à razão, quer pelos jogadores, quer pela sociedade civil, e não o Benfica...

E sabem porquê, meus caros? Sabem?

Porque se há um negócio paralelo de empréstimos e as competições são prejudicadas por isso (e eu acho que há situações, em concreto, suspeitas), a questão a levantar não está nos empréstimos, mas sim na competição em si mesma, na desregulação das competições por via de actos criminosos, seja nos empréstimos, nas nomeações de árbitros, observadores e delegados, nas classificações, na imposição de determinados presidentes para negociação de direitos televisivos, etc, etc, etc.

Essa, a competição desportiva, porque o problema é mais amplo, todos sabemos que está mais do que conspurcada: está viciada.

Está viciada por anos e anos de servilismo e corrupção, demonstrados, ad nauseam, por processos judiciais e resultados em campo.

A ignorância não é só má companheira. É, sobretudo, muito atrevida.

Por isso mesmo, e muito mais, não vou entrar na discussão para onde me tentam levar. Mantenho, isso sim, os meus parabéns ao Benfica por ter actuado na salvaguarda do Direito, o melhor aliado para a vida em sociedade. Seja duro, seja leve, é o Direito...