O desejo ardente de vencer leva a que, frequentemente, não
consigamos fazer leituras adequadas dos fenómenos que envolvem o Sport Lisboa e
Benfica.
Vem isto a propósito das elogiosas análises, que por aí se
vão fazendo, sobre a nossa pré-época.
Ao invés, estou deveras apreensivo.O ambiente parece contaminado. Há algo que emperra a máquina.
E há mais: dos reforços e regressos que tivemos oportunidade
de observar, o desmiolado Perez, parece ter qualidade para vir a
integrar o plantel, desde que a lavagem
intra-craniana seja bem sucedida.
Ola John parece, reforçando a ideia que já tinha partilhado
com alguns amigos, um jogador caro, mas banal. O elevadíssimo custo do seu
passe deveria, desde logo, assegurar outro tipo de prestações. O campeonato
português poderá potenciar as lacunas que evidencia, na medida em que não
existem espaços nas costas das defesas, constituindo-se como mais valia as idas
à linha de fundo que deverão culminar em cruzamentos bem efectuados visando a
criação de oportunidades para concretizar. Pelo que se tem observado, nem uma
coisa nem outra.
Espero que o seu desempenho venha a contrariar estes meus
comentários.
Penso mesmo que o O.J. que ansiávamos se chama Melgarejo,
desde que actue nesta posição. Se jogar noutra, nunca terá a excelência que
poderia vir a apresentar na sua posição de raiz. Adaptar um extremo a lateral não
é o mesmo que dotar um médio de características mais defensivas.
Quando se fala em pré-época, logo surgem as atenuantes (tempo
de paragem, aumento de peso, etc) que inúmeros jogadores, através das suas
prestações iniciais, destituem de fundamento. Esta questão prende-se então com
algo mais específico e idiossincrático, algo que dá pelo nome de
profissionalismo. Um atleta não pode buscar a plenitude da sua forma, apenas
depois de terminarem os dias de relax.
Depois, há muita passividade e displicência, tempos exagerados
de lateralização do jogo, lugares chave por preencher e semblantes carregados.
Como eu gostava de ter apenas jogadores da estirpe de Artur,
Maxi, Carlos Martins, Witsel, Nolito, Aimar e Rodrigo!
Quanto a treinadores, um
estudioso do futebol que pautasse a sua conduta pela humildade, empatia e que
mostrasse abertura/exigisse trabalhar com os profissionais da área que podem
constituir-se como decisivos nos momentos mais difíceis, abdicando de protagonismos desnecessários.
Também gostava imenso de ter um Presidente!
João, estamos em sintonia no que diz respeito a Enzo, Ola e Melgarejo.
ResponderEliminarNão direi que Ola seja banal, não o é, mas para 8/9 milhões tem que mostrar mais qualidade mal toca na bola...os cruzamentos foram de bradar aos céus...
Ola é bom. Muito bom mesmo. Talvez caro, uma vez que Narsingh, com cotação semelhante ou apenas ligeiramente inferior, assinou pelo PSV por 4,5M€ (teria sido uma boa aquisição).
ResponderEliminarConcordo com o que dizes de Perez e, sinceramente, espero que fique. Traidor? há traição e traição, parece-me que se traiu mais a si próprio do que ao Benfica. Não me parece, ao contrário do Manuel Fernandes, por exemplo, que tudo tenha saído da sua cabecinha pensadora. Veremos se tem qualidade suficiente para ser perdoado.
Ainda estou à espera de ver Melgarejo fazer um carrinho. No entanto o Coentrão e até mesmo o Miguel desmentem por completo a tua argumentação. E se no caso do Miguel falávamos de um avançado apenas razoável, já o Coentrão, tal como o Melgarejo, eram belíssimos jogadores de futebol antes da adaptação. Vamos ver como corre, mas confesso que estou muito curioso, mesmo muito.
Cumprimentos
Caro João Freire,
ResponderEliminar"O elevadíssimo custo do seu passe deveria, desde logo, assegurar outro tipo de prestações."
Quando se contrata um jogador de 20 anos por 8 M é diferente de se contratar um pelo mesmo valor mas de 25 anos. O valor desportivo do John, seguramente, não reflecte o preço pois há a esperança, muito real, de ele evoluir e tornar-se um jogador de elite. Chato era contratar um jogador de 28 anos por 8 M e ele ser um Djalo, ou um Balboa.