De fora para dentro

Se o Benfica fosse gerido de fora para dentro, Jesus já não seria o treinador, talvez estivesse à beira Douro, Saviola, Maxi e Aimar teriam renovado a qualquer preço, já se teria dito à Olivedesportos que com eles, apesar de serem quem paga mais, nunca, Paulo Barbosa, Jorge Mendes e José Veiga estavam proscritos, Fernando Gomes jamais seria apoiado, etc., etc, etc...

Apesar de, na minha ideia, algumas das decisões da SAD representarem um "desastre político", há uma coisa que todos sabemos: no Benfica sabe-se quem manda.

Lembrei-me disto quando alguém próximo do choramingas me telefonou ontem a garantir que lhe tinha sido dada a garantia de cumprimento do contrato, pelo Godo, revelando o treinador um profundo desgosto - parece que estava convencido que ganhar a Taça seria suficiente.

Todos sabemos que não, que não é.

Em ano que o Benfica se apresenta a jogar assim, com todas as condições para ganhar, o treinador dos lagartos não se aguenta. O próprio Paulo Bento foi eloquente: os adeptos não aguentam ver o Benfica em primeiro e galvanizado.

O choramingas devia saber isto: a Taça seria, para uma equipa fraca, fraquinha, mais do que suficiente, não fosse o nosso futebol sodomizar os adeptos lagartos.

Os lagartos são geridos de fora para dentro, de duas maneiras e sempre da margem para o centro de decisão (só conseguia representar isto por círculos de poder, mas tentarei): de fora para a margem da direcção, da margem para o centro de decisão.

A existência de conselheiros, por exemplo, só por si é um disparate, nos tempos modernos, para a capacidade de decidir, de dirigir...

Posso não me fazer entender, mas sei o que quero dizer: os lagartos, no modelo actual de gestão e aconselhamento, são ingovernáveis e caminham, ano após ano, para uma situação de governo pela rua. Não digo que seja o fim, mas é, por certo, o fim daquele clube tal como o conhecemos.